Sêmen, um anti-depressivo
O trabalho comparou o humor de mulheres cujos parceiros usam preservativos com o de companheiras de homens que não usam. O resultado comprovou que as mulheres diretamente expostas ao esperma são menos deprimidas.
Segundo os pesquisadores, a única explicação plausível é fato de o sêmen conter hormônios ligados à alteração de humor, que são absorvidos pela vagina durante o ato sexual, podendo agir como antidepressivo.
A pergunta que não quer calar é se esses efeitos também podem ser obtidos quando o sêmen é absorvido via oral. Segundo os estudiosos, há grandes possibilidades de isso acontecer.
Eles argumentam que os hormônios do esperma podem sobreviver à digestão, da mesma forma que os esteróides das pílulas anti-concepcionais. Embora a perspectiva seja a de que o esperma atue como antidepressivo independentemente da forma como é absorvido, outras pesquisas serão necessárias para comprovar a ingestão oral.
O mesmo se aplica à absorção anal e à possibilidade de homossexuais serem beneficiados pelo esperma de seus parceiros. O estudo foi aplicado apenas em mulheres. Os cientistas advertem que suas conclusões não devem ser usadas para abandonar o uso de camisinhas. Segundo Gordon Gallup, que chefiou a pesquisa, "uma gravidez indesejada ou uma doença venérea traria muito mais aborrecimentos que o bem-estar que a exposição direta ao esperma pode proporcionar".
:: A pesquisa
Os cientistas dividiram 293 mulheres em grupos, dependendo da freqüência com que usavam preservativos. As condições psicológicas foram mensuradas por um questionário técnico (Beck Depression Inventory), que mede o índice de felicidade. Pessoas que atingem o nível 17 são consideradas deprimidas.
Os cientistas descobriram que mulheres cujos parceiros nunca usavam camisinha tinham um índice igual a 8. Quem usava preservativo de vez em quando teve pontuação 10,5. As que usavam sempre ficaram com 11,3 e, as que não estavam mantendo relações sexuais (as mais infelizes), com 13,5.
Quanto maior o intervalo entre as relações sexuais, maior a depressão das mulheres que nunca ou às vezes usavam camisinha. O intervalo não faz diferença no humor daquelas que sempre usam o preservativo.
Também foram descobertas suicidas em potencial entre o grupo de mulheres que não mantinham relação sexual e no das que usavam camisinha regularmente.
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